Ultimamente esse blog só fala de sexo, ao que parece as drogas e o rock n' roll foram deixados completamente de lado pelos tarados de plantão aqui. Então resolvi escrever sobre música, quem sabe assim esse monte de mulher me deixa em paz.
O pedido da vez é um renegado dos fãs, aquele disco que ninguém gosta e considera um dos responsáveis pela derrocada do Metallica no seu abandono das suas raízes thrash metal. Toda vez que converso com um fã de metal hardcore e falo o quanto gosto desse disco, o cara faz uma careta e diz algo como "esses vendidos do Metallica são uns viadinhos"... Mas sempre me pergunto, será que essas pessoas ao menos se deram ao trabalho de escutar o disco com atenção? Duvido muito, é melhor reclamar e espernear que não estamos mais em 1989 e o metal é coisa de uma minoria elitista e segregadora.
A capa do disco sim, essa é feia, parece uma bunda com um pênis socado no meio vista com a visão do predador (infravermelho), o logo tradicional do Metallica não está presente, e seria impossível distingui-lo em uma loja de departamento cheia de CDs.
Musicalmente falando ele começa com uma porrada nas oreia, "Fuel" é uma excelente música, não sei exatamente como classificá-la, mas provavelmente é Thrash Metal clássico, só que sem solos de guitarra, sem maiores problemas, pois Kirk Hammett nunca foi um guitarrista de primeira. Enfim, gosto tanto dela que gostaria de ouví-la em algum show, coisa rara de acontecer em discos pós Black Album.
Depois disso o disco gira em torno de músicas lentas com peso, lentas sem peso, rápidas, épicas, outras que poderiam estar fora do disco (não por serem ruins, mas por serem músicas que não fazem diferença e estão lá só pra encher linguiça), algumas tem solos de guitarra dispensáveis, outras não, e segue até o final em o que pode ser considerado um álbum clássico do Metallica em termos de som. Afinal de contas é isso que distingue a banda de outras do gênero: sua capacidade de sair do tradicional, e se formos analisar a fundo, o Metallica sempre fez isso desde o Kill 'Em All, sendo que na maioria das vezes foram bem sucedidos, outras nem tanto, mas coragem para ousar os caras têm de sobra (ainda acho que isso se deve a Cliff Burton, mas há controvérsias). No total são 13 músicas que alternam entre a genialidade de Hetfield e a boçalidade de Ulrich, passando pela inadequação de Hammett e a indiferença de Newsted.
- Fuel - música rápida e boa, sem mais, pra mim é a segunda melhor do disco;
- The Memory Remains - com a participação de Marianne Faithfull, uma hippie doida dos anos 70 que chegou a namorar Mick Jagger, mas a participação dela se resume a ficar gemendo, a música é legalzinha, mas tá longe de ser uma das melhores do disco (apesar de ter se transformado em single);
- Devil's Dance - música lenta e uma das quais é dispensável no disco;
- The Unforgiven II - uma excelente continuação da clássica "The Unforgiven", inclusive conheço pessoas que preferem ela à original, capturou com maestria a essência da primeira, pena que o solo não se compara ao da original (pra mim, o melhor solo do Kirk Hammett);
- Better Than You;
- Slither - excelente música, pegajosa, da vontade de ficar ouvindo e ouvindo e ouvindo;
- Carpe Diem Baby;
- Bad Seed - mais uma música que alterna entre o lento e a meia velocidade com um riff criativo, é legalzinha de escutar;
- Where The Wild Things Are;
- Prince Charming - pra mim a melhor música do disco, rápida, viciante, com um riff marcante, enfim, Metallica no seu melhor, pena que nunca ninguém percebeu que essa música é tão foda, acho que nunca tocaram ela ao vivo;
- Low Man's Lyric - parece com "Tuesday's Gone" do Lynyrd Skynyrd que o próprio Metallica fez cover no disco "Garage Inc.";
- Attitude - boa música no geral;
- Fixxxer - música progressiva, bem no estilo Metallica, equivalentes podem ser encontradas em vários álbuns do Metallica como "The Call of Ktulu", "Orion", "To Live is to Die" e "The Outlaw Torn", um clássico.
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