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Roadtrip: E a estrada segue... (Part V)

A decisão de ir embora do Rio Grande do Sul em direção ao Paraná teve repercussões complexas das quais eu não fazia ideia. Talvez se tivesse esperado mais um dia as coisas não tivessem ocorrido como ocorreram, talvez, somente talvez, eu tivesse parado na estrada para curtir alguma outra fronteira, já que lá tudo é tão perto. Na verdade eu acreditava que o tempo da minha viagem estava se esgotando e por causa disso eu deveria dar uma apressada. Nessa pressa eu quase me fudi por completo, e se eu quisesse tinha chegado em casa com 2 ou 3 dias de antecedência, ou seja, devia ter segurado a onda, mas, não fiz.

Saí de Santana do Livramento/RS quase na hora do almoço, ainda chovia, e durante boa parte da estrada choveu, não aquela chuva torrencial, mas sim uma chuvinha fraca, que é até gostosa de se pegar em viagem, o problema é que não dá pra descer o pé no acelerador devido ao risco que se corre. A estrada no sul estava vazia e enquanto eu fiquei no estado foi tudo super tranquilo. Passei por Santa Maria/RS mas não vi a boate Kiss (na época ainda não tinha pegado fogo, deve ser esse o motivo!! Há!). A merda aconteceu quando estava em Santa Catarina já na divisa com o Paraná, final de tarde em uma pequena cidade um Policial Rodoviário Militar Estadual (nem sabia que essas porras existiam) me parou, deve ter achado estranho um carro com a placa de Brasília por aquelas bandas, no mínimo deve ter achado ou que o carro era roubado ou eu era traficante, fiz a tradicional cara de pau no cu superior de Brasília, e logo ele me liberou, lógico que resolveu conferir o porta-malas para ter certeza que eu não tava carregando entorpecentes e/ou armas.

Até aí ainda estava tranquilo, mas novamente o GPS me levou por uns caminhos bizarros e eu fui parar numa estrada vicinal que mais parecia de terra, era um asfalto tão velho e destruído que me fez lembrar daquela trilha de caminhada que existe ali na Península dos Ministros no Lago Sul. Só dava pra passar um carro e mais nada, e depois que eu já tava uns 15km dentro dela o sinal do GPS indicava que não existia mais rodovia. Segui em frente corajosamente e a cidade que ela rodeava também sumiu, o sol prestes a se por e eu naquela situação, continuei até que vi as placas indicando a balsa que atravessava um rio (que não lembro o nome) e fazia a divisa dos dois estados (também não sei quais cidades ele separava, acabei de procurar no mapa e não encontrei, então acredito que tenha cruzado algum tipo de portal, enfim), após atravessar a balsa eu estava finalmente no Paraná. Deveria ter ficado em algum hotel qualquer daquela cidade, ela era bem agradável, e provavelmente ficava na fronteira com a Argentina, ia ser um espetáculo cruzar a fronteira e comer uma Argentina, mas na hora a cabeça de baixo não se manifestou (por incrível que pareça) e eu nem pensei nisso.

Dia desses eu estava novamente olhando o mapa e percebi que poderia ter feito a mesma viagem só que percorrendo um enorme trecho na Argentina. Ou seja, dá próxima vez vou ter que fazer isso!! Mas como estava sem passaporte ou carteira de identidade (somente a de motorista e ela não é aceita nos países do Mercosul) não quis me arriscar. Quem sabe em uma próxima vou até Montevidéu no Uruguai e volto passando por Buenos Aires, assim como uma puta Uruguaia e outra Argentina, ia ser fenomenal!!

Continuei no meu rumo até que anoiteceu, o GPS não pregou mais nenhuma peça, mas são quase 1.000km que separam Santana do Livramento/RS e Foz do Iguaçu/PR e no ritmo que eu vinha dirigindo (gosto de parar e curtir a estrada, ou seja, tem horas que eu dirijo muito rápido, e tem outras que eu vou só na manha) iria chegar lá mais de meia-noite (acho que 12 horas tava até numa boa média, considerando que eu parei para lanchar e jantar). Decidi virar a direita e parar para dormir em Cascavel, de certa forma era contramão, mas perdi apenas uns 50-100km nessa brincadeira e cheguei em Cascavel por volta de 22:00, ou seja, valeu a pena. O hotel que eu escolhi ao acaso andando na rodovia principal era excelente, se não me engano era sábado e eu devia ter procurado uma gandaia, mas como estava esgotado de cansado decidi apenas dormir. Resolvi acordar cedo e partir pra Foz do Iguaçu no domingo, pra chegar lá antes do almoço. Triste engano, antes tivesse tomado todas e acordado meio-dia para ir embora, teria valido mais a pena.

Nessa parte não me diverti, não comi ninguém e ainda fiquei muito cansado. Ainda bem que a estrada foi excelente!!

Comentários

Metal disse…
Alta produção headiana.
Metal disse…
A propósito, esse foi o bost 666.
Mr. Sweet disse…
Porra, ainda tô editando e já tem 2 comentários. Quando você ver o próximo bost vai entender perfeitamente o motivo desse ser o 666. Muahahahahahahahahaha...