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Rock in Rio V: 19/09/2013 - Primeiro dia do Metal - Alcohollica


A verdade é que eu sei que todos estão aguardando esse momento, a resenha do cabeça que esteve lá, in loco, no gramadão sintético da Cidade do Rock, sim, pela primeira vez na história da humanidade, após festivais ao redor do globo, um cabeça esteve no festival brasileiro mais prestigiado, o Rock in Rio. Um pequeno passo para o Duas Cabezas, uma grande gozada para humanidade.

Assim como no show do Anthrax eu fui com minha namorada tr00, e mais uma vez foi uma experiência legal, é muito bom ter uma parceira para acompanhar nos shows, já que os cabeças estão velhos (o Metal já nasceu velho) e não aguentam mais o pique de grandes festivais (talvez o Away até aguente, mas não foi no RiR). Um amigo de adolescência também esteve lá comigo.

Antes de falar de qualquer coisa em relação aos shows propriamente ditos preciso dizer uma coisa muito importante, o Rock in Rio é sim diferente dos outros festivais, ou pelo menos esse foi. A organização impecável e competente me fizeram mudar completamente meus conceitos, e isso não é pouco, considerando que já estive em duas edições do Monsters of Rock nacionais, um Sonisphere na Suiça e o Download Festival em Donington, Inglaterra ano passado, onde o Metallica executou o disco preto na íntegra. Outro fato interessante é que na TV a Cidade do Rock parece enorme, mas não é, o que explica a diminuição do número de ingressos disponíveis à venda em 2013. Pra se ter uma idéia, o parque de Donington do Download deve ser umas 3 a 4 vezes maior, praticamente já da entrada da pra ver o palco Mundo inteiro, coisa que no Sonisphere e Download você só vê os telões.

Agora ao festival propriamente dito. Como todo grande festival é impossível aproveitar tudo que está disponível, todas as atrações e tudo mais, a não ser que a pessoa seja maluca e fique correndo de um lado pro outro tentando ver tudo, mas seres humanos normais não fazem isso. Perdi as primeiras atrações do palco Sunset e nem sei ao certo quais eram, cheguei na hora certa para assistir ao Sebastian Bach e aproveitar o show que eu e o Away não curtimos no Download. Assistir a ele é altamente divertido, pena que o som tava uma bosta. Quando ele começou a tocar os clássicos do Skid Row foi muito divertido, começou com "18 and Life" e foi conduzindo a platéia, passando por "Monky Business", "I Remember You", um pedacinho de "Wasted Years" e finalizou com "Youth Gone Wild", que a maioria do público perdeu pois antes dela começar explodiram os fogos de artifício avisando que as atrações do palco Mundo estavam iniciando, com o Sepultura e "Le Olodê" tocando juntos (não lembro o nome da porra da banda, mas parecia um Olodum Francês, mó merda). O show de Bach foi curto, conciso e excelente, recomendo para quem gosta.

Depois rumamos com calma para o palco Mundo, o show do Sepultura foi uma enorme bosta! Na boa, o público até que tava curtindo, mas escutar a batida de "Roots" por uma hora não é legal. O Derreck (esse é o nome do negão né?) não cantou quase porra nenhuma e ficava o tempo todo naquela batucada. Parecia metaxé, que bosta. Depois disso decidimos descansar, não conheço quase nada de Rob Zombie e ficar em pé só pra ver ele cantando "Dragula" e uma penca de músicas que eu não conheço num ia rolar, sem contar que depois ia ter o "Ghost" e eu não tava nem um pouco na pilha de perder meu tempo com "Papa Emeritus II" e seus imbecis "Nameless Ghouls", quem foi o idiota que inventou esse lixo?

Quando percebemos que tinha acabado aquela "missa" (e segundo eu ouvi no lugar, o show é mesmo uma missa, daquelas bem chatas que você fica torcendo pro final) fomos nos posicionar para o Metallica, a vantagem é que assistiríamos ao Alice in Chains de quebra (se tivesse rolado o protocolo inicial, certeza que o Ghost teria sido vaiado e levado umas garrafadas). Mais uma vez um show competente, já abriram mandando "Them Bones" que cativou o público que tava lá pra ver o 'Tallica mas gostaria de se divertir um pouco antes também. Tocaram um monte de música dos últimos trabalho e emendaram "Man in the Box", a cidade do rock veio abaixo, toda vez que escuto essa música a sensação que eu tenho é que todos os seres humanos do planeta conhecem sua letra, foi aí que comecei a ficar rouco. Seguiram o repertório intercalando músicas novas e algumas antigas que eu não conheço e finalmente veio "Would?" (é Sweet, você é um poser mesmo, só conhece os hits!) e finalizaram com "Rooster". O vocalista clone do Lenny Kravitz manda bem, e quem fica no centro do palco a maior parte do show é o Jerry, claro! Show competente, aqueceu legal a galera pro Metallica.

A organização correu pra montar o palco que ficou pronto rapidamente, daí, quando chegou a hora, nada... cri... cri... cri... meia hora de atraso e nada do Metallica, a platéia ensaiou umas duas vaias e em diversos momentos bateu palmas meio que chamando a banda. Agora já deram vários motivos para o atraso, inclusive que o vôo da banda pousou e eles foram direto pro Rock in Rio, se foi isso tenho que tirar meu chapéu pros caras, eu ia fazer um show BEM pior se isso tivesse acontecido, e olha que sou bem mais novo. Secretamente eu torcia para ter ocorrido um evento como o do Download de 2004 onde eles tocaram com Joey Jordison (Slipknot) e Dave Lombardo (Slayer, na época) e tocassem com o batera do Sepultura e do Alice in Chains, ia ser épico, devido a algum excesso do Sr. Ultich, pena que não aconteceu.

De repente rola um AC/DC nos falantes que empolga a galera e tchã nããããã, "The Ecstasy of Gold" começa... chorei... e "Hit the Lights" nas oreia. Visivelmente era perceptível que havia algo de errado com a banda. James não tava com a cara inchada de cana como em 2011, mas estava claramente abatido. Rob e Kirk faziam muito mais caretas que o costume e pareciam estar fazendo uma força extrema para tocar. O único que parecia estar normal (não que isso seja grande coisa) era Lars.

A seleção do repertório foi perfeita, excelentes músicas como "Holier Than Thou", "The Memory Remains" (que James tocou com a guitarra que eu tenho, mas teve algum problema excroto no final, que nem dava pra ouvir a guitarra), "Wherever I May Roam" e "...And Justice For All" (acho que eles nem sabiam, mas foi altamente simbólica, dado a pizza do mensalão ocorrida uns dias antes).

Kirk errava demais acelerando e saindo do tempo em diversas músicas, nitidamente tinha enchido o cu de cana, provavelmente pra aguentar o show pois também estava visivelmente exausto, James errou algumas vezes e a banda parecia totalmente sem entrosamento, chegando a errar músicas que eles tocam em todos os shows como "One", errando o momento de entrar e sair das músicas. O mais engraçado é que a mídia glorificou o show, seja ela especializada ou não, parece que não estavam no mesmo show que eu, mas como fã de carteirinha e músico, acho que tenho mais gabarito para falar do que esses idiotas. Enfim, mas o Metallica é aquele tipo de banda que é tão boa, mas tão boa que até quando é ruim, é bom pra caralho!!

O público também foi um caso a parte, parecia que tinham lido o "Manual das Boas Práticas em Shows". Quase ninguém tentou passar pra chegar na grade na falta de educação, pouco esbarra esbarra, pouco empurra empurra, ninguém cotovelando ninguém e isso não significa que o pessoal estivesse morno, muito pelo contrário, o público sacudiu o show inteiro, não parava de pular um segundo, só em algumas pouquíssimas músicas amenizavam um pouco e nos hits então era enlouquecedor, "Enter Sandman" que o diga. No final do show um cara que tinha cantado e pulado comigo todas as músicas inclusive me agradeceu e cumprimentou pela empolgação.

Kirk variou pouco nas guitarras, e utilizou a "ESP Mummy" (que é a guita mais linda dele) em boa parte das músicas e arrancou aplausos quando solou a marchinha de Star Wars, diferente e divertido. James por sua vez trocou de guitarra em quase todas as músicas, chegando a utilizar uma "ESP Snakebite" cromada que eu nunca tinha visto, trocando entre a Truckster, a Iron Cross e a Ken Lawrence e diversas versões da Snakebite, ele fez um solinho em algum momento que foi bem legal, algo inusitado também.

Depois de duas horas de show os caras pareciam exaustos, mas foi um showzaço que valeu a pena de assistir. Quem nunca viu o Metallica ao vivo não sabe o que está perdendo, até minha namorada tr00 sacou que a energia que os caras passam é diferente, outra coisa, de outro mundo. Sai do show completamente sem voz, que só fui recuperar totalmente hoje, pois quando tava quase bom no último dia de festival fudeu tudo de novo.

Volto em alguns dias com a resenha do dia 22 e deixo uma palhinha do que foi, pra mim, a melhor música do show, juntamente com "Sad But True", saquem uma das guitas cromadas que ele usa.



Setlist:
  1. The Ecstasy of Gold (Enio Morricone) - Intro
  2. Hit the Lights
  3. Master of Puppets
  4. Holier Than Thou
  5. Harvester of Sorrow
  6. The Day That Never Comes
  7. The Memory Remains
  8. Wherever I May Roam
  9. Welcome Home (Sanitarium)
  10. Sad But True
  11. ...And Justice For All
  12. One
  13. For Whom the Bell Tolls
  14. Blackened
  15. Nothing Else Matters
  16. Enter Sandman
  17. Encore:

  18. Creeping Death
  19. Battery
  20. Seek and Destroy
PS: aquela tiroleza é um saco, pra subir nela a fila é de 5 horas, e todas as pessoas que passam ficam querendo aparecer, mó merda!!
PS2: claro que eu encontrei meu Nêmesis no show, o Gordinho do "Fist Fire", puta que pariu, me segue esse viado!!

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