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Olê, olê, olê, olê, Savá, Savá!!

Bem, continuando minhas aventuras internacionais em shows, dessa vez estive presente no Black Sabbath e Megadeth em Santiago no Chile, no dia 4 de outubro. E putz, foi uma das experiências mais surreais da minha vida.

Ao lado da minha namorada tr00 nosso fomos ao Chile namorar e aproveitar e ver mais um show. Percebi que enquanto eu estiver com ela, provavelmente irei em mais shows do que fui na minha vida toda.

Saímos do hotel por volta de 18:45, o show começaria as 20:00, achamos que daria tempo de chegar, mas não foi bem assim. O trânsito da capital chilena é um inferno (eu havia alugado um carro) e estava excrotamente engarrafado. Consegui estacionar por volta de 19:45, num lugar bem distante da entrada da pista, o fato de não conhecer o local fez com que eu estacionasse perto do Estádio, mas não perto da entrada específica. Lá é igual no Rio de Janeiro, já veio um carinha que me cobrou 3.000 pesos chilenos para estacionar ali, paguei e fiquei puto, mas, deixa pra lá.

Depois de contornar o estádio inteiro e presenciar cenas tosquíssimas (as comidas que eles vendem na frente do show são surreais!!) chegamos a entrada, e foi aí que nossos pesadelos começaram. Quem organiza a entrada de shows no Chile deve ter retardo mental. Eles colocam grades que permitem passar apenas uma única pessoa por vez em cerca de 7 ou 8 portões. Imagina entrarem 7 ou 8 pessoas por vez num lugar com milhares!! Lógico que dá merda, não a toa fomos imprensados na grade e vimos pessoas sendo retiradas de maca passando mal. Depois conduzem pessoas por um túnel estreito, que também causa claustrofobia, para finalmente chegar na pista do estádio.

O povo chileno é meio retardado, bebe pra caralho antes do show (porque dentro é proibida a venda de bebida alcoólica) e fica dando PT lá dentro. O cheio da maconha chilena também é bizarro, mas enfim, vamos pros shows.

Quando conseguimos entrar o Megadeth já tava rolando, chegamos no meio de Hangar 18, a primeira música do setlist. O show foi curtíssimo, apenas 10 músicas que devem ter sido tocadas em cerca de 45 minutos. Eu achava que seria mais, dado que era o Megadeth e que o Black Sabbath tá velho e provavelmente não aguentaria duas horas de show.

A afinação em "D" (Ré) deixou tudo mais estranho, em certas músicas não dava nem pra perceber a diferença direito, mas "She-Wolf" e "Sweating Bullets" ficaram esquisitíssimas. A vantagem é que Mustaine consegue cantar todas as músicas sem ficar muito ruim, mas as desvantagens são maiores, honestamente, ainda mais que cantar nunca foi o forte dele, portanto sempre que eu vou a um show do Megadeth (e esse foi meu sétimo) espero uma execução perfeita das músicas, não um show de voz.

Os chilenos fazem um show a parte e o Estádio Monumental estava completamente lotado com cerca 45.000 pessoas completamente insanas curtindo cada nota que saia das guitarras de Mustaine e Broderick. Foi um showzaço que durou muito pouco. Quando começaram com Tornado of Souls eu ainda tentei ligar pro Away pra xaropá-lo mas meu celular se recusou a funcionar.

Setlist:
1 - Hangar 18
2 - Wake Up Dead
3 - In My Darkest Hour
4 - She-Wolf
5 - Sweating Bullets
6 - Kingmaker
7 - Tornado of Souls
8 - Symphony of Destruction
9 - Peace Sells... But Who's Buying
10 - Holy Wars... The Punishment Due


O show do Black Sabbath foi uma grata surpresa, como sempre antes de começar Ozzy ficou fazendo palhaçadas no microfone e cantando "olê, olê, olê olê" e o público respondia "Savá!! Savá!!", mas vem cá, que PORRA É SAVÁ?? Pra mim isso é francês saca, tipo ça vá bien? Oui, ça va bien! Esses putos não sabem que a porra da banda se chama Black SaBBath não?? Que excrotisse não existir o fonema da letra "B" no espanhol!!

Enfim, começaram logo com War Pigs que me deixou animado. O foda é que no Chile nessa época, faz muito frio a noite, e as músicas arrastadas do Sabbath me deixaram congelando, mas de qualquer maneira o show em si foi fantástico. Geezer Butler toca pra caralho e o batera (Tommy Clufetos) conseguiu entreter a platéia durante todo seu solo, algo que eu nunca tinha visto. Ozzy está mais inteiro que nunca, na verdade eu nunca tinha visto ele tão bem desde 95 no Monster's of Rock. Tonny Iommi então nem se fala, ele estava muito feliz, era só sorrisos durante todo o show, sem contar que tocou pra caralho!! Eu nem gosto muito de Black Sabbath, mas o show que eles fizeram foi simplesmente espetacular. As músicas novas nem parecem novas, todas têm cara de 1970, e se incorporam ao setlist perfeitamente.

Quando tocaram Snowblind cenas do filme que o Al Pacino fica cheirando pó (se não me engano é Scarface) ficaram sendo exibidas no telão, aliás, o telão era um show a parte, cada música tinha referências com a música em si, como em Faries Wear Boots ficava mostrando uma gostosa de biquíni com uma máscara e usando botas, demais!

O único ponto negativo, pra variar, foram os chilenos. Em determinado momento um idiota veio chegando pra trás pra cima de mim e da minha namorada, eu só coloquei a mão pra ele se tocar e o imbecil ficou todo putinho, ficou fazendo piada durante parte do show, claro que eu xinguei ele em português um monte também depois disso. Com muita inteligência minha mina sugeriu que saíssemos dali pois podia dar uma briga depois do show.

O final com Paranoid ja é um clássico que todo mundo pira e a cereja no bolo de um show épico.

Setlist:
1 - War Pigs
2 - Into the Void
3 - Under the Sun/Everyday Comes and Goes
4 - Snowblind
5 - Age of Reason
6 - Black Sabbath
7 - Behind the Wall of Sleep
8 - Geezer Butler's bass solo
9 - N.I.B.
10 - End of the Beginning
11 - Fairies Wear Boots
12 - Rat Salad
13 - Tommy Clufetos drum solo
14 - Iron Man
15 - God Is Dead?
16 - Dirty Women
17 - Children of the Grave
Encore
18 - Paranoid (com a introdução Sabbath Bloddy Sabbath)

Balanço final: não vou mais a shows no Chile, mas valeu a pena pela experiência. O negócio é continuar no Brasil e na Europa (quem sabe nos EUA também).

That's it for this year!! See ya!

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