Trabalhar sob pressão é foda. Não é aquela pressão do chefe chato, do assedio moral, do serviço degradante. É uma pressão da atividade mesmo. Tem profissões que são assim. Alguém tem que fazer. Tipo controlador de voo. O cara tá ali com o radar, o rádio, uma carga horária e uma missão. Pressão pra caralho.
Depois de dois anos zen eu percebo exatamente o efeito da pressão laboral sobre mim.
Agressividade no último, seriedade no último, pragmatismo no último, objetividade no último. Theres no waste of time. Enrolação e obviedades me irritam mais do que nunca. O mínimo potencial pra que dê merda em algo já me faz reagir com a antecedência necessária.
Depois de duas semanas fui ali tocar. Banda nova, repertorio novo. Não errei uma nota, um ritmo. Todos os solos eram improvisados com extrema agressividade. Fossem cordas mais velhas, tinha quebrado uma com certeza.
Cronometro tempo dos meus trajetos, sou pontual, conto quantos ml de água eu bebo, o quanto de dinheiro que eu gasto.
Maaaaasss... to tendo que segurar a onda pra não alucinar, pra não chamar nego de burro, de idiota, de retardado, pra não falar "que porra é essa", pra não ser sarcástico, pra não dar em cima das mulheres, pra não falar que essa porra tá toda errada, pra não perguntar "pq vcs fazem essa merda?", pra não ir embora pq já fiz tudo e não tem mais porra nenhuma pra fazer.
Na sexta-feira da segunda semana não aguentei. Dei uma alucinadinha, por telefone. Um cara lá em São Paulo me disse que não ia fazer algo porque ia "abrir um precedente" de não sei o quê. Eu já ia gritar "precedente é o meu ovo seu filho da puta". Segurei a onda e disse "velho, beleza, depois a gente conversa" e desliguei o telefone na cara do muleque.
Isso tem que ser canalizado pra algo além do trabalho.
Depois de dois anos zen eu percebo exatamente o efeito da pressão laboral sobre mim.
Agressividade no último, seriedade no último, pragmatismo no último, objetividade no último. Theres no waste of time. Enrolação e obviedades me irritam mais do que nunca. O mínimo potencial pra que dê merda em algo já me faz reagir com a antecedência necessária.
Depois de duas semanas fui ali tocar. Banda nova, repertorio novo. Não errei uma nota, um ritmo. Todos os solos eram improvisados com extrema agressividade. Fossem cordas mais velhas, tinha quebrado uma com certeza.
Cronometro tempo dos meus trajetos, sou pontual, conto quantos ml de água eu bebo, o quanto de dinheiro que eu gasto.
Maaaaasss... to tendo que segurar a onda pra não alucinar, pra não chamar nego de burro, de idiota, de retardado, pra não falar "que porra é essa", pra não ser sarcástico, pra não dar em cima das mulheres, pra não falar que essa porra tá toda errada, pra não perguntar "pq vcs fazem essa merda?", pra não ir embora pq já fiz tudo e não tem mais porra nenhuma pra fazer.
Na sexta-feira da segunda semana não aguentei. Dei uma alucinadinha, por telefone. Um cara lá em São Paulo me disse que não ia fazer algo porque ia "abrir um precedente" de não sei o quê. Eu já ia gritar "precedente é o meu ovo seu filho da puta". Segurei a onda e disse "velho, beleza, depois a gente conversa" e desliguei o telefone na cara do muleque.
Isso tem que ser canalizado pra algo além do trabalho.
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